Os servidores públicos que são responsáveis por realizar vistoria de residências, depósitos, terrenos baldios e estabelecimentos comerciais para buscar focos endêmicos, como a dengue, zika,chikungunya e febre amarela, são os agentes de combate a endemias.

São servidores ligados a Secretaria de Saúde, haja vista o importante papel que cumprem evitando a proliferação de alguma doença, como a dengue, causada por algum agente transmissor.

Porém em Rio do Sul esses profissionais precisam de melhores condições de trabalho para poder atuar de forma que a população rio-sulense possa ficar mais segura. A primeira questão que vem há tempo atrapalhando a atuação dos agentes está relacionada com a estrutura física a disposição para o trabalho. O problema vai desde a parte administrativa, que envolve o encaminhamento burocrático, como mesas e computadores ultrapassados e defeituosos que estão à disposição deles para o preenchimento de diversos relatórios, por exemplo. Como também há problema na frota que é usada para o deslocamento desses profissionais para a atuação.

As motos que estão a disposição já se encontram com uma quilometragem alta, pois estão a muito tempo sendo usadas, e necessitam de constante revisão. Alguns veículos se encontram mais tempo parados em manutenção do que em uso.

O outro principal problema encontrado diz respeito ao número de servidores. Hoje o município possui oito agentes, um está ainda afastado por questões de saúde. Para se fazer uma comparação, esses agentes são responsáveis hoje por monitorar aproximadamente 500 armadilhas para o mosquito da dengue. A Secretaria de Saúde do Estado, para um município do porte de Rio do Sul, sugere que seriam necessárias pelo menos 700 armadilhas para realizar o bom controle e evitar a proliferação da doença.

Apesar do número reduzido de pessoal, os servidores que atuam conseguem desempenhar um importante papel tendo em conta que em 2020 o pico de focos da dengue chegou a apenas 32 e houveram apenas 6 suspeitas de pacientes com a doença, mas nenhum caso se confirmou. Em 2019 o município apresentou 15 focos, o que mostra que há um aumento das denúncias de possíveis criadouros. Isso exige um aumento maior no esforço da equipe que dá atenção a população também orientando sobre as precauções a serem tomadas.

Sem falar que existem outros casos de endemias que deveriam ser monitoradas e que é dificultado pelo número de servidores. Rio do Sul este ano já apresentou focos de leishmaniose e de escorpiões.

Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Rio do Sul e Região, o Sinspurs, Arlete de Souza, a municipalidade já foi notificada dessas condições de trabalho deficitárias dos servidores e já até concordou em tomar providências. “O problema é que já conversamos, mandamos ofício, notificamos, fizemos reunião com secretárias, com diretores e tudo e até agora pouco se caminhou para melhorar as condições para que esses servidores possam atuar da maneira como a nossa população precisa”, afirma Arlete. “Inclusive parece que o município procura o desgaste com o servidor, para você ter ideia, por lei esses servidores que atuam no combate às endemias já possuem direito de receber o adicional de periculosidade. Porém nenhum dos servidores recebeu esse direito ao ser contratado. Todos tiveram que ajuizar ações na justiça para daí sim o município pagar o direito. Eu pergunto, se já é um direito garantido pela justiça, esse desgaste é necessário?”complementa Arlete.

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